O post de ontem, sobre as possíveis mudanças planejadas pelo Google, ainda está rendendo discussão e me levou a estender a questão para outro nível.
Muito se discute sobre o conteúdo de um blog e, nesse aspecto, há duas correntes, que se não são antagônicas, não costumam concordar muito uma com a outra.
Uma delas prega o conteúdo sério, digamos assim, e defende que é melhor qualidade do que quantidade, no que diz respeito à visitação. É comum a defesa da idéia de que um site que vive basicamente de assuntos da moda é um modelo de negócios fadado ao fracasso, a longo prazo.
A outra corrente aposta na visitação gerada por hypes e afins e diz que não é bem assim.
Não vou fazer o jogo tucano de ficar em cima do muro, dizendo que o ideal é dosar o que se escreve etc etc. Não faz meu feitio.
Para começo de conversa, séria deve ser a maneira com que se trata um assunto. O cinema produz dramas e comédias, para ficar apenas com exemplos relacionados. Seria correto afirmar que deveria produzir apenas dramas e que produzir comédias levaria ao fracasso do modelo cinema?
Escrever tem a ver com estilo. Eu posso produzir um texto sobre um assunto sério e ninguém ler mais que o primeiro parágrafo. Por que? Porque meu estilo não agrada, ou porque sou um chato, ou porque simplesmente não fui feito para escrever.
Escrever sobre um assunto da moda requer talento, senão será apenas mais um na multidão. Luiz Fernando Verissimo tem textos de humor desbragado, que são ótimos, nem por isso deixa de ser considerado um autor sério.
Assuntos sérios x hypes x monetização
Uma questão que poucos enxergam é a tão falada classe dos paraquedistas. Mas, quem são os paraquedistas?
Eles são pessoas como qualquer outra, quando consideramos a questão da monetização de um site. São eles que fazem compras no Mercado Livre, Submarino e outras. São eles que clicam nos anúncios que rendem alguns dólares (ou muitos, conforme a visitação recebida). O único defeito do paraquedista é a falta do que eu chamaria de "etiqueta online", eles não tem muita intimidade com a Internet.
Por que eu digo que são eles que, em última análise, garantem seu rico dinheirinho?
Porque quem tem mais conhecimento da vida online, quando quer comprar algo, vai direto à fonte. Eu já fiz compras no Mercado Livre, mas nunca por um link de afiliado, sempre diretamente no site. Eu pensei em comprar algo e fui à URL apropriada.
Quando visito um site, visito em busca do conteúdo, raramente serei influenciado por uma oferta qualquer, o que não significa que não clicaria em um anúncio. Tudo depende do interesse despertado.
Mais qualidade = mais dinheiro?
Não. Essa qualidade precisa ser vista por um número grande de visitantes, caso contrário, você não ganhará nem para pagar a hospedagem.
É uma utopia pensar que um site terá algum lucro baseado apenas em qualidade, é preciso atrair tráfego, e muito tráfego, para que ele seja viável economicamente.
O usuário médio da Internet procura diversão, e isso pode ser comprovado por qualquer estatística de buscas que chegam até seu site.
O Bruno Alves escreveu sobre isso, infelizmente não consegui localizar o artigo em que ele comenta as buscas bizarras que chegam até o Br Point.
O Adsense é meu pastor e nada me faltará?
Em tempos bicudos, de dólar em baixa e mudança nas regras do jogo, nunca foi tão difícil confiar apenas no Adsense.
Hoje fiz um levantamento dos meus ganhos no mês de Julho, somando todos os programas de afiliados em todos os meus sites.
Fiquei feliz com o aumento nos ganhos, mais de 30% a mais do que no mês anterior, mas o que mais me satisfez foi o rateio desses ganhos:
Mercado Livre: 20%
UOL: 28%
Jacotei: 21%
Hotwords: 10%
Adsense: 21%
O Adsense é responsável por apenas 21% do total. Isso significa que se amanhã o programa acabasse, eu não sentiria um grande impacto. Em um ou dois meses de otimização de um dos outros, ganhando mais visibilidade pela exclusão do programa do Google, e meus ganhos voltariam ao mesmo patamar.
Outra lição que se tira desses dados é a participação do Mercado Livre, onde o visitante precisa fazer um cadastro, confirmar o mesmo e ainda fazer uma compra. Se o usuário médio da Internet fosse apenas um gafanhoto na nuvem destruidora, esse tipo de programa estaria fadado ao fracasso.
Conclusão disso tudo? Paraquedista também é gente, e consome como tal.
Conclusão dois? É possível ter um bom faturamento com um site (no meu caso, mais de um), mesmo sem Adsense.
Como? Visitas, muitas visitas. Nem toda a qualidade do mundo vai fazer um site pouco visitado faturar.
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